EMPRESÁRIO INDAIATUBANO SÉRGIO WOLF ASSUMI A SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO
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março 6, 2024Falta de habilidade política pode ter sido um dos motivos que fez Indaiatuba perder a Toyota e coloca em risco pequenas empresas fornecedoras e seus trabalhadores, além de mais de 1,5 mil empregos. Afinal, quando uma empresa do porte da montadora Toyota fecha, mesmo oferecendo transferência para os trabalhadores, o que é o mínimo, não diminui os estragos que ela deixa na cidade onde está instalada. Até porque, na prática, é impossível levar e trazer 1,5 mil colaboradores para o trabalho todos os dias ou oferecer vale transporte intermunicipal.
Em 1998 a Toyota usufruiu de muitas vantagens para se instalar em Indaiatuba e, em contra partida, ofereceu outras. Era o início de uma era de desenvolvimento e prosperidade que gatinhou nos seus primeiros anos, oferecendo pouco dos empregos prometidos enquanto se beneficiava de grandes isenções de impostos.
Contudo, nesses 26 anos, a Toyota participou ativamente do desenvolvimento da cidade e o indaiatubano testemunhou todos os projetos, sejam Culturais, Educacionais ou Sociais, em que a marca Toyota ajudou o Município a se destacar no cenário paulista. Nesse contexto, criticar a ingerência política do Executivo e seus secretários é só a ponta do Iceberg. Na verdade, pequenas empresas fornecedoras, o comércio e o povo, todos perdem.
Segundo o comunicado da montadora, a Toyota vai concentrar sua produção em Sorocaba e fechar a fábrica em Indaiatuba. A transferência das operações começa em 2025 e deve ser concluída no ano seguinte.
O investimento de R$ 11 bilhões confirmado na tarde desta terça-feira (5) pela Toyota para o Brasil até 2030 inclui uma reestruturação operacional que prevê a ampliação e concentração da produção na fábrica de Sorocaba (SP) e o fechamento da unidade de Indaiatuba (SP).
A direção da montadora, representada no Brasil por seu presidente, Evandro Maggio, disse ainda que o pacote de investimento prevê dois novos modelos e a ampliação da capacidade de produção em Sorocaba. “Temos de aumentar a capacidade em Sorocaba e também transferir a planta de Indaiatuba para Sorocaba”, afirmou. “O investimento será tanto em carroceria como em motores, no desenvolvimento das baterias para esses veículos e na transferência das operações. Indaiatuba tem limitação de área e exige investimentos significativos para atualização de equipamentos.”
Sobre a produção – O executivo não deu muitos detalhes sobre os novos veículos a serem produzidos nesse projeto de investimento. A Toyota já havia anunciado que está preparando o lançamento de um novo compacto híbrido que deve chegar ao mercado em 2025. Já sobre o segundo modelo, Maggio foi ainda mais discreto. “Gostaríamos muito de falar sobre ele (novo carro), mas ainda é muito confidencial”, afirmou. Perguntado se o anúncio ainda poderia ocorrer neste ano, o executivo repetiu que não poderia dar mais detalhes.
A expectativa da mudança – A montadora estima que os novos investimentos vão gerar para Sorocaba até 2.000 novos empregos, sendo 500 até 2026. Os demais 1,5 mil novos funcionários seriam contratados até 2030, pelas previsões da Toyota. Ou seja, a mesma estratégia usada em 1998 em Indaiatuba.
O presidente da montadora disse que vários fatores influenciaram a decisão de investir R$ 11 bilhões no Brasil nos próximos anos. O principal deles foi o País ter se tornado base de exportação desde que lançou o primeiro veículo híbrido flex feito no Brasil em 2019. Hoje a montadora japonesa é a maior exportadora do seu setor, com negócios em 22 países. Cerca de 40% da produção atual é exportada.
Os recursos serão destinados para ampliar a capacidade de produção de veículos híbridos flex no País. Mas não foi só isso. “Para que a gente conseguisse viabilizar todo esse investimento as ações do governo estadual (paulista), com a liberação de créditos que já tínhamos, foram importantes”. A Toyota tinha cerca de R$ 1 bilhão em créditos advindos de exportações que não conseguia liberar. “Também acreditamos que exista uma política do governo (federal), com o Mover (programa voltado à descarbonização do setor automotivo), dando previsibilidade melhor e condição de competitividade que ajuda na demanda”.
Tudo isso levou à tomada da decisão. Assim, a montadora anunciou que a produção do Corolla em Indaiatuba será suspensa entre 13 e 22 de outubro, período no qual os funcionários entram em férias coletivas. A produção vai continuar normalmente nas demais unidades brasileiras da montadora, que, além da fábrica de Sorocaba, produz peças em São Bernardo do Campo e motores em Porto Feliz.
O Portal Metamorfose Opinião ouviu a opinião do novo secretário municipal de governo e diretor da CIESP Regional, Sérgio Roberto Wolf , mas o mesmo alegou que ainda não tinha muitos detalhes.
Sérgio: “Ainda é uma notícia “fresca” e o prefeito (Nilson Gaspar) esteve ontem reunido com a Toyota e nem participou do encontro com o secretário do governador Tarcísio de Freitas. O que posso dizer é que o mercado automobilístico está cada vez mais competitivo e com empresas chinesas e outras do oriente muito fortes nesse setor. Sendo assim, as montadoras precisam investir em novas tecnologias e produtividade. A Toyota, alegando razões estratégicas, investirá 11 bilhões na fábrica de Sorocaba… Com certeza é uma grande perda para os trabalhadores da cidade de Indaiatuba, pois a montadora sempre foi incentivadora de muitos projetos. Conversando rapidamente com o secretário Jorge Lima (secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo), que esteve no Japão, ele me disse: ‘É melhor ela ir para Sorocaba do que ter ido para o México, o que era uma das opções’… Mesmo assim, devo lembrar que hoje, Indaiatuba tem, só no PAT, 400 vagas de empregos disponíveis.”…
Questionado se a mudança da Toyota pode deixar uma mão de obra técnica escassa e preciosa para o mercado industrial de Indaiatuba, Sérgio respondeu: “Seria uma maneira paliativa de absorver e amenizar um problema com 1.500 postos de trabalho a menos em Indaiatuba, mas nada substitui essa falta”.
*Informações Valor Econômico
ES – 06/03/2024