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Aí, aceitei o convite. Jantar, a dois, num restaurante bom discreto e fora da cidade. Afinal, eu estava saindo para conhecer alguém especial, que eu já conhecia, mas não com profundidade…
Gentilmente ele foi me buscar em casa, abriu a porta do carro e trouxe um presente. O fato de já nos conhecermos facilitou as coisas. E, até então, a noite dava sinais de que seria perfeita…
Charmoso, elegante, bem sucedido, inteligente, aos 58 anos ele realmente é quase um “deus”. Detalhe importante, solteiro!
_ Há muito tempo eu te observo. Depois que descobri que você era solteira, comecei a pesquisar sobre você. As referências sobre sua pessoa foram as melhores possíveis. Me animei! Naquele dia, decidi pedir seu telefone. Confesso que fiquei surpreso quando você foi logo dizendo o número sem reservas…
_ Claro, como não se tratava de um estranho, achei que fosse um contato profissional.
_ Mais surpreso ainda eu fiquei quando te liguei e você me atendeu como se nos conhecêssemos há muito tempo, nem fez charme, nem ficou na dúvida, foi logo aceitando o meu convite para jantar.
_ Como assim, você esperava que na minha idade eu inseguramente fizesse charme? Confesso que sua ligação não me surpreendeu já que eu mesma tinha lhe dado meu telefone. Ok, geralmente, quando o assunto é profissional, as pessoas costumam me convidar para um café e não para jantar… Mas… Sei lá nem pensei sobre isso…
… Seguiu-se um riso discreto (dele)…
Falamos sobre tudo, ele contou parte de sua vida, eu da minha… Considero o papo bom quando a companhia me faz rir, me deixa à vontade para falar o que eu penso e tem opinião, mesmo que esta não seja a mesma minha… A noite seguiu-se perfeita, e, na saída do restaurante, quando o manobrista trouxe o carro veio a pergunta fatal: _ Para onde nós vamos? E a resposta que toda mulher até então encantada com a companhia dá: _ Para onde você quer ir?
_ Quer conhecer meu apartamento?
_ Por que não?
Tudo lá era a cara dele, tudo tinha uma personalidade forte, marcante, até os detalhes da decoração diziam muito sobre ele… Confesso: Fui seduzida pelo charme, pela discrição, pela educação, enfim, por aquele homem que parecia perfeito…
A noite foi longa… Inspirada… Com momentos de encantamento, carinho e tudo mais…
Então, o que deu errado? Porque não vingou? Explico:
_ Você é perfeita! Tudo que eu passei meses imaginando…
Aí, eu esperava que ele dissesse aquilo que toda mulher perfeita, depois de uma noite perfeita espera que um homem perfeito diga: _ Quer namorar comigo? (Tá! Sou das antigas…).
Porém, depois da frase “Você é perfeita!” veio um “MAS”… Sempre ele… O “MAS”.
Uma avalanche que inseguranças abortou-se daquele homem que parecia tão seguro de si e tão completo… E o que alguns minutos antes eu havia enxergado com admiração se mostrou ameaçado…
_ Sinceramente, você me assusta!
_ Nossa! Assustar é a última coisa que eu pensei ouvir de você…
_ Sério… Você parece tão segura de si, tão independente, tão decidida… Tão de bem com a vida… Parece que não precisa de ninguém… (Lê-se nesse diálogo: Você deveria ser o homem da relação).
Aquilo que parecia um cenário romântico de lareira, vinho e tapete, em alguns poucos segundos se transformou numa cachoeira de águas petrificantes num dia de acampamento… A noite terminou na manhã seguinte com um beijo e a frase típica: _ Eu te ligo!
Não! Não sei dizer onde eu errei… O que eu penso é que talvez eu devesse fazer mais charme, no meio da conversa inventar algo ruim que me levasse quase às lágrimas e deixasse uma interrogação: “Não sei como sair dessa.”.
Talvez eu até tenha situações em que não sei o que fazer, pra onde ir, ou a quem recorrer, mas estou acostumada a me virar… Resolver meus próprios problemas… Deixar para as horas em que eu estou com a pessoa que me faz bem apenas os bons momentos, sem crises existenciais, sem neuroses… Ser feliz naquele momento…
A experiência me fez descobrir que para ser a mulher perfeita da vida de um homem é preciso mostrar que se precisa dele. Não basta ser perfeita, tem de ser neurótica, depressiva, ciumenta e insegura, tem de ser aquela mulher que grande parte de nós deixou de ser num passado bem próximo, que o tempo e as circunstâncias transformaram e só eles não perceberam…
Por outro lado, a gente está mais segura sim, mais independente, emocionalmente mais equilibrada, mas cheguei à conclusão de que ainda não conquistamos o direito de ser inteira. Penso também que esse tipo de mulher que a maturidade me fez ser, deveria se chamar HOMEM.
Ahh!!! Esqueci de dizer que ele ligou sim! MAS… Infelizmente, no momento final, enquanto a carruagem se distanciava o encanto se perdia… Definitivamente, homem inseguro continua não tendo lugar de destaque no meu coração.
(*Esse texto foi publicado em 02/2013, e foi atualizado este mês. Porém, parece que nada mudou, ao contrário, na era da tecnologia as pessoas estão cada vez mais desconectadas…).
*Imagem Google
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ES – 28/11/2023