A curitibana Rose de Liz, 55 anos, tem licenciatura e é bacharel em pedagogia. A candidata a uma cadeira no Legislativo Municipal vive em Indaiatuba há 12 anos, onde construiu uma história profissional como diretora comercial da Escola de Idiomas Influx. Rose foi também a primeira mulher presidente do BNI Reference em Indaiatuba, onde testou suas habilidade políticas e expandiu seus conhecimentos da cidade e o network pessoal.

Por acreditar que a mulher deve ter o seu espaço reservado na política, Rose se candidatou a vereadora pelo partido (NOVO), que defende pautas como liberdade, democracia, administração voltada ao cidadão com apoio ao empreendedorismo; educação de qualidade a partir da primeira infância; fiscalização da transparência e honestidade do Executivo.

De onde veio a ideia e a vontade de participar do pleito de 2024 como vereadora?

Veio da minha indignação ao ver tantas injustiças que ocorrem no meio político e do desejo de mudar esse cenário. Minha motivação está enraizada na vontade de lutar por renovação e representar os eleitores, especialmente àqueles que sentem que não estão sendo devidamente ouvidos ou representados na Câmara Municipal de Indaiatuba. Minha trajetória de vida, desde o tempo em que morei no exterior até hoje, como empresária e educadora, despertou em mim o desejo de me engajar mais ativamente na política. Além disso, meu envolvimento com o voluntariado e o grupo de mulheres empreendedoras me mostrou que há uma lacuna a ser preenchida por uma mulher com uma visão voltada para causas femininas e infantis, isso tudo em um ambiente dominado por homens. Percebo que é necessário um olhar mais feminino sobre essas questões, e vejo que há muito a ser feito para fortalecer a educação e apoiar o empreendedorismo em nossa cidade. Outro fator que influenciou minha decisão foi minha filiação ao partido (NOVO), que enxergo como um espaço que permite liberdade e dignidade para defender os valores em que acredito, sem os vínculos políticos tradicionais. Esse ambiente me deu a confiança de que é possível atuar na política de forma transparente, ética e, principalmente, fazer a diferença por meio de ações concretas.

Sua experiência de gestão de um grupo como o BNI, serve de base para administrar possíveis conflitos com os demais vereadores da situação, viciados na participação passiva, que estarão na vereança com você? 

Com certeza. Minha experiência de gestão no BNI (Business Network International) me deu uma base sólida para lidar com conflitos e desafios em um ambiente coletivo, e isso será extremamente útil na Câmara Municipal. No BNI, assim como na Câmara de Vereadores, o ambiente é predominantemente masculino. No entanto, aprendi que, sabendo me impor com confiança e competência, não existe barreira que o sexo feminino não possa superar. Na política, isso não será diferente. Sei que alguns vereadores podem estar acostumados a uma participação mais passiva ou até viciados em velhas práticas, mas minha abordagem será baseada no diálogo e na busca de resultados. Não tenho medo de conflitos, mas acredito que eles podem ser administrados com maturidade e profissionalismo. Vou usar essa habilidade de mediação e gestão de grupos para primeiro, ouvir e entender as diferentes posições, e depois trabalhar para construir consensos que beneficiem a população. A experiência no BNI me ensinou que é possível trabalhar com pessoas de mentalidades diferentes, sem perder meus princípios e valores. Ser mulher em um ambiente dominado por homens não me intimida, ao contrário, fortalece minha determinação em mostrar que liderança, competência e resultados não têm gênero. É isso que vou levar para a Câmara, enfrentando desafios de frente e buscando sempre soluções que façam a diferença para Indaiatuba.

Num passado bem recente, as mulheres na política eram vistas como maternais e pacificadoras, afinal, lidar em um ambiente de maioria machista é sempre um desafio. Você acha que, atualmente, as mulheres dispostas à política estão mais atentas e determinadas a uma participação mais equiparada aos homens? 

Sim, concordo com você. E acredito em mulheres mais atentas e determinadas a ter uma participação equiparada aos homens. Hoje, nós, mulheres, não somos mais vistas apenas como figuras maternais ou pacificadoras. Claro, trazemos esses valores que nos fortalecem, mas também mostramos que somos capazes de enfrentar desafios de igual para igual. O ambiente político, muitas vezes dominado por uma mentalidade machista, pode até tentar nos intimidar, mas estamos mais preparadas e conscientes de nosso papel e poder. Eu vejo que, ao longo dos anos, houve uma evolução na forma como as mulheres enxergam e se colocam na política. Não buscamos apenas ocupar espaços, mas ser agentes de transformação, trazendo nossas próprias visões e capacidades. E isso é fundamental, porque a política precisa dessa pluralidade de perspectivas para avançar. Não queremos ser apenas coadjuvantes, mas protagonistas de mudanças, defendendo nossos valores e lutando pelo que acreditamos, com a mesma força e determinação que qualquer homem. A participação feminina já não é só sobre presença, é sobre voz ativa, decisão e liderança. E eu, assim como tantas outras mulheres, estou pronta para ocupar meu lugar e fazer a diferença em Indaiatuba.

Em sua opinião, que diferença uma mulher de personalidade e coragem pode fazer dentro da Câmara Municipal de Indaiatuba?

Em minha opinião, com uma postura independente, firme e focada no que acredito, sei que posso desafiar o status quo e lutar por mudanças que realmente beneficiem a população, sem medo de confrontar interesses estabelecidos. Além disso, não tenho padrinhos políticos e não devo favores a ninguém, a não ser à população disposta a me dar seu voto. Com essa liberdade, tenho a coragem de enfrentar desafios de frente e defender pautas importantes como a educação na primeira infância e o empreendedorismo, sem me deixar influenciar por pressões políticas ou interesses externos. Minha visão de renovação e meu compromisso com os eleitores, sem envolvimento em bastidores, mostram que valorizo a honestidade e a transparência. Acredito que essa postura pode inspirar outras mulheres e cidadãos a se engajarem mais na política, tornando a Câmara Municipal um espaço mais representativo e plural. Com minha experiência de vida, visão empreendedora e histórico de ação, eu estou preparada para promover políticas mais justas, criativas e eficazes, especialmente em áreas que afetam diretamente o desenvolvimento e a qualidade de vida da população.

Caso seja eleita, que pautas você pretende levar e defender na Câmara? E como você se vê daqui a dois anos?

Eleita, meu principal foco será a educação, especialmente na primeira infância, pois, acredito que investir nas crianças desde cedo é fundamental para construir uma sociedade mais justa e próspera. Além disso, o empreendedorismo será outra bandeira forte, porque sei da importância de apoiar e incentivar os pequenos e médios negócios, que são a base da nossa economia local. Quero também lutar por uma gestão pública mais transparente e eficiente, buscando sempre contribuir para soluções que tragam resultados concretos para a população. Outro ponto importante para mim é a valorização das causas femininas e infantis, especialmente em um ambiente político ainda dominado por homens. Acredito que posso trazer um olhar mais humano e atento para essas questões, preenchendo uma lacuna que existe hoje. Daqui a dois anos, me vejo ainda mais experiente, com vitórias importantes em pautas que realmente façam a diferença para Indaiatuba. Quero olhar para trás e ver que consegui cumprir as promessas feitas aos eleitores, sempre com honestidade, ética e transparência. Mais do que isso, espero inspirar outras mulheres a acreditarem que é possível ocupar esses espaços e fazer a diferença, mesmo em um ambiente desafiador.

01/10/2024