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agosto 12, 2022Agora eu diria que a vida começa depois dos 50, porque ao passar dos anos, vamos descobrindo muita coisa boa sobre a gente mesmo.
A vida verdadeira, segundo muitos, começa depois dos 40 anos, porque nessa idade e depois dela nos sentimos mais conscientes, menos estressados e mais dispostos a felicidade.
Os 40 anos são um momento de renovação da vida, depois deles sentimos mais leveza. Não temos vinte anos, mas ainda somos jovens e temos tudo o que precisamos para viver a melhor fase da nossa vida: Experiência, maturidade, consciência e muitas vezes um desejo de renovação.
Para as mulheres, comparadas aos homens, essa nova fase pode ser ainda mais intensa, porque são mais seguras delas mesmas e do querem para suas vidas nos relacionamentos amorosos, nas amizades e na vida profissional.
Mas são as mulheres depois dos 50 anos que se presenteiam com a prioridade, vivem de acordo com sua vontade, não precisam mais provar nada a ninguém, nem tentar ser aceita.
Depois dos 50 anos, o pensamento feminino muda, desembaraça. O sexo não é mais performance ou exaustão, é fazer o que se gosta e do jeito que gosta. É aproveitar dez minutos com a intensidade de uma noite inteira, é reconhecer o rosto do próprio desejo no primeiro suspiro e optar pela submissão por puro prazer, sem entrar na neurose da disputa ou do controle.
A mulher depois dos 50 está no controle por direito e sem imposição. Ela não diminui o ritmo da intimidade. Ela pode ler um livro, assistir um filme ou conversar com a intensidade de uma transa. Não há hora marcada com a sensualidade, a sensualidade pode estar em todo o momento.
Tomar o café da manhã não é apenas um desjejum, tem a sua identidade, o seu ritual, um refinamento da história de seus sabores. Tomar o café da manhã com uma mulher de 50 anos é participar de sua memória, de suas escolhas, da sua alegria que não disfarça, não finge, não omite o que sente. Simplesmente fala…
Ela não precisa mais provar nada a ninguém. Já sofreu separações, e tem consciência de que suporta o sofrimento. Já superou dissidências familiares, e tem consciência de que a oposição é provisória. Já recebeu fora, deu fora, entende que o amor é pontualidade e que não deve decidir pelo outro ou amar por dois.
A mulher depois dos 50 anos, cansada das aparências, cometerá excessos perfeitos, estará mais aberta a novas experiências sem se autojulgar. É mais louca do que a loucura porque não se recrimina de véspera. É ainda mais sábia do que a sabedoria porque não guarda culpa para o dia seguinte. Simplesmente faz, sente e se livra…
A beleza se torna também um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento. A beleza é resultado da elegância das ideias, não somente do corpo e dos traços físicos. Ela encontrou a suavidade dentro da serenidade. A suavidade que é segurança apaixonada, confiança curiosa, querer estar perto sem algemar, sem tirar a liberdade.
O riso não é mais bobo, mas atento e misterioso, demonstrando a glória de estar inteira para acolher a alegria improvisada, longe da idealização, dentro das possibilidades, com quem ela bem entender.
Não existe roteiro a ser cumprido, mapa de intenções e requisitos. Há a leveza de não explicar mais a vida. A leveza de perguntar para se descobrir diferente, em vez de questionar para confirmar expectativas.
Se mulher, ser tia ou mãe, ser solteira ou casada não cria angústia. Os papéis sociais foram queimados com os rascunhos. Assim, a mulher depois dos 50 é a felicidade de não ter sido. É a felicidade daquilo que deixou para trás, daquilo que negou, daquilo que viu que era dispensável, ou daquilo que percebeu que não trazia esperança.
Seu charme vai decorrer mais da sensibilidade do que de suas roupas ou da sua pele. O que a ilumina é o amor a si mesma, sua educação, sua expressividade ao falar. A beleza está acrescida de caráter, do destemor com que enfrenta os problemas, da facilidade que sai da crise e da vontade de querer compartilhar.
A beleza é vaidosa da linguagem, do bom humor. A beleza é vaidosa da inteligência, da gentileza e da sutileza em desejar.
Depois dos 50 anos não há depois, é tudo agora.
*Fonte: Crescer e se iluminar
Imagem: Google
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