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fevereiro 14, 2023Há relação entre infarto e sexo: Estudos realizados no Institut für Sexualwissenschaft – Fundação Alemã de Estudos da Sexualidade, com mulheres e homens de 50 a 70 anos mostrou que, durante o ato sexual, o risco de infarto do miocárdio pode aumentar.
Em essência, a ereção é um fenômeno vascular. Só acontece quando as artérias que irrigam o pênis se dilatam e as válvulas das veias se fecham, de modo que o sangue fique aprisionado e sob pressão nos corpos cavernosos, dois tubos de tecido esponjoso que vão da raiz do pênis à glande.
Na fase de excitação, há elevação da pressão arterial – tanto da máxima como da mínima – e aumento da frequência cardíaca. Em mulheres e homens, o maior aumento ocorre nos 10 a 15 segundos que precedem o orgasmo, depois do qual a pressão e os batimentos cardíacos voltam aos níveis anteriores. Em pessoas normotensas (pressão normal), o coração dificilmente chega a bater mais de 130 vezes por minuto e a pressão máxima a ultrapassar a casa dos 17.
Estudos com homens mais jovens, casados, demonstraram que a atividade sexual com a companheira consome uma quantidade de energia equivalente à da atividade física para subir dois lances de escada. Embora faltem dados, é possível que nos mais velhos, sedentários, hipertensos, portadores de problemas cardíacos e com mais dificuldade para atingir o orgasmo, o esforço realizado corresponda a um gasto energético bem maior.
Nesses casos, minutos ou horas depois do ato sexual, podem aparecer dores precordiais, conhecidas como “angina do amor”, caracterizadas por dor em aperto do lado esquerdo do tórax com ou sem irradiação para o pescoço e o braço. Essas crises, no entanto, correspondem a menos de 5% dos ataques de angina.
Uma metanálise de quatro estudos realizados com mulheres e homens de 50 a 70 anos mostrou que, durante o ato sexual, o risco de infarto do miocárdio aumenta 2,7 vezes. Os que já sofreram infarto ou outra doença cardiovascular não correm risco mais alto. Nos sedentários, a probabilidade é três vezes maior; naqueles fisicamente ativos, ela não aumenta.
Ainda assim, o número absoluto de eventos cardiovasculares durante o ato sexual é mínimo: correspondem a menos de 1% do total de infartos. Quanto mais sexo houver, mais baixo será esse risco. Em mulheres e homens que já sofreram infarto, a probabilidade de ocorrer outro é insignificante: De um a dois para cada 100 mil horas de prática sexual.
As pesquisas também apontam algumas curiosidades. Cerca de 85% dos acometidos por crises cardiovasculares durante o sexo são homens; a grande maioria deles em relações extraconjugais e com mulheres mais jovens em ambientes estranhos e/ou depois de consumo excessivo de medicação ou álcool.
É bom lembrar que alguns medicamentos usados no tratamento da hipertensão e das doenças cardiovasculares podem ter impacto negativo nos mecanismos de ereção e lubrificação vaginal. Nas mulheres, outro fator inibidor e de ressecamento é a menopausa.
Um clínico especialista pode indicar medicamentos que aumentem o desejo sexual sem alterar as funções cardiovasculares. Isso para os homens, porque para as mulheres não há medicação, apenas paliativos como aplicação ginecológica de cremes contendo estrógeno ou medicamentos alopáticos que não garantem resultados genéricos.
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*Imagem Google
ES – 14/02/2023