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OPINIÃO: A pandemia deixou um saldo triste e preocupante para a Polícia Militar. Uma pesquisa de controle médico e dos transtornos de comportamento da corporação apontou que a crise do Coronavírus apenas aumentou o impacto que o dia a dia da violência tem causado na saúde mental dos agentes do Estado de São Paulo. O fato se soma ao estresse diário do trabalho de patrulha com a exposição frequente ao perigo e as cobranças sobre comportamento seguro.
O psicólogo e epidemiologista Frederico Eckschmidt explica que o isolamento social potencializa casos de depressão e suicídio na sociedade em geral. Mas os números entre policias coloca a sociedade em alerta. Entre 2019 e 2021, foram 60 policiais a tirar a própria vida no Estado de São Paulo. Ou seja, mais do que mortes em confrontos durante a ação contra a criminalidade.
Por conta disso, “muitos policiais pedem afastamento do posto de trabalho e grande parte deles segue em tratamento para depressão profunda e transtorno de ansiedade, o que o leva a ter ataques de pânico recorrentes. Mesmo assim, alguns ainda permanecem trabalhando”, diz Juliana Martins, psicóloga e coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança.
OS NÚMEROS SEMPRE FORAM ALARMANTES
“É uma situação que demonstra como as instituições [policiais] não estão preparadas para lidar com o adoecimento dos seus profissionais em decorrência do trabalho.”, disse Juliana, que há anos estuda a saúde mental de agentes da segurança pública.
Ela afirma ainda que a história do soldado ilustra um problema crônico das PMs brasileiras. “Quando o policial é afastado por questões psicológicas e volta, a corporação não sabe o que fazer com ele. E aí vai para os serviços administrativos, o que pode piorar a situação, agravar a doença, porque a pessoa fica estigmatizada perante os colegas. Acho que esse universo policial que valoriza muito, desde o ingresso à corporação, a força, a masculinidade, a virilidade, tudo ligado a isso, não sabe lidar com o outro lado, que faz parte da humanidade de todos nós”, relata.
Não à toa, que dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam também que, no Brasil, em 2019, 91 policiais (26 policiais civis e 65 policiais militares) já haviam tirado a própria vida – 18 só em São Paulo. A maioria dos suicídios, ainda segundo o Fórum, foi consumado com uma arma de fogo. Os dados da pandemia deveriam colocar o Governo do Estado em alerta com algum tipo de projeto de saúde mais sério em prática.
*JPNews
ES – 06/10/2021