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setembro 5, 2022SWING é um estilo de jazz desenvolvido nos Estados Unidos que dominou nos anos 1930 e 1940. O nome swing veio do ‘swing feel’, onde a ênfase está no pulso fora da batida ou mais fraco da música. Bandas de swing geralmente apresentam solistas que improvisavam na melodia sobre o arranjo.
Mas não é desse swing que vamos falar nessa matéria, embora o ritmo da música possa oferecer uma sugestão performática do corpo. O swing pode ser definido como uma prática em que casais heterossexuais estáveis mantêm relações sexuais com outros casais ou pessoas solteiras (singles) na companhia e com o consentimento do parceiro. Também é importante considerar que embora se trate de uma prática entre casais heterossexuais, a incidência da bissexualidade feminina é alta e, a masculina ainda é um tabu.
Para entender melhor a prática do swing, uma das características fundamentais é a separação entre sexo e amor, o que faz com que os praticantes se considerem amorosamente monogâmicos e sexualmente não monogâmicos, contrariando os modelos conjugais da contemporaneidade que são marcados pelo respeito à individualidade e às diferenças do outro, mas que limitam a liberdade e priorizam a reciprocidade.
Apesar de pertencerem ao grupo da sexualidade normativa – a heterossexualidade – os swingers não se enquadram nos padrões sexuais e matrimoniais das sociedades ocidentais ao desafiarem a monogamia, um dos pilares centrais do modelo cristão de casamento. Estes casais, no entanto, não pretendem alterar legalmente esse padrão e não lutam por reconhecimento político. Muito pelo contrário, para a sociedade em geral eles reproduzem o modelo dominante, já que a prática e a identidade individual são mantidas no anonimato.
Não é possível precisar o local e a data de origem formal da prática do swing. A versão mais difundida associa o swing aos key clubs (clubes da chave), encontros realizados por casais militares da Califórnia durante a década de 1950, segundo pesquisa divulgada nos estudos de McGinley in Bergstrand & Williams, em 2000. Mas, a prática vem dos primórdios, concentrando relatos da Grécia antiga e até de desenhos primitivos em paredes de cavernas.
O motivo mais alegado pelos praticantes para o envolvimento com o swing é a variedade de experiências e de parceiros sexuais que a prática proporciona. A segunda razão mais encontrada é a busca por prazer e excitação. O terceiro motivo mais citado neste estudo é a possibilidade de conhecer pessoas novas.
Embora a comunidade swinger venha ganhando cada vez mais adeptos ao longo dos anos e tenha sido retratada com mais frequência nos meios de comunicação, livros e filmes, a prática “ainda se mantém como uma das subculturas mais estigmatizadas e pouco compreendidas na sociedade atual”, dizem os estudiosos Bergstrand & Sinski, em pesquisas de 2010. O fato de não se enquadrarem nos padrões sexuais e matrimoniais das sociedades ocidentais faz com que os swingers sejam normalmente considerados desviantes. Mas trata-se de uma escolha como qualquer outra, dizem os praticantes.
Contudo, uma pesquisa de Bergstrand e Sinski, de 2010, com 704 homens e 319 mulheres swingers estadunidenses apontou que 62,9% dos homens e 62% das mulheres consideram que o casamento ficou mais feliz após a entrada para o swing; 35,8% (homens) e 35,3% (mulheres) alegam que o grau de felicidade se manteve o mesmo; contra 1,3% (homens) e 2,8% (mulheres) que afirmam que a relação ficou menos feliz.
O QUE É ACONSELHÁVEL O CASAL SABER ANTES DE INICIAR NA PRÁTICA?
- QUEM ESTARÁ LÁ? Casais que decidiram curtir a sexualidade de uma maneira não tradicional. Não fique idealizando cenas de filmes com corpos perfeitos e histórias de espiões, são pessoas iguais a você. Além disso, algumas casas permitem solteiros, no entanto, a entrada para os desacompanhados costuma ser mais bem mais cara. Outra coisa que pode acontecer é que nem todos os casais lá dentro têm de fato um relacionamento. Algumas pessoas contratam acompanhantes apenas para poder trocar.
- COMO É LÁ DENTRO? Imagine uma balada, só que com alguns ambientes a mais. Quase todas as casas têm um espaço com pista de dança, luz negra e bar, onde a paquera pode rolar solta. O diferencial está realmente nos espaços depois da balada. Corredores escuros para a pegação, cama extra grande para usos óbvios e até mesmo espaços temáticos. Há também algumas salas/aquários para os casais que decidirem se exibir.
- FESTINHAS. Não é raro as casas organizarem festas temáticas ou atrações para apimentar o desejo sexual de cada um. Então prepare-se para poder experimentar, por exemplo, pole dance, ou curtir shows de gogo boys e strippers.
- NADA DE FOTOS. Esse talvez seja o ponto mais importante a se prestar atenção antes de sair de casa. Ninguém gosta de ter sua intimidade espalhada por aí. Então celulares são estritamente proibidos.
- TODO MUNDO VAI ME VER SEM ROUPA? Não necessariamente, isso depende de você. Algumas casas possuem espaços amplos onde tudo pode rolar. Geralmente, funciona assim: Um casal decide trocar nesses espaços e o sexo rola nos ambientes abertos, com todo mundo vendo. Pode acontecer de um terceiro casal entrar na brincadeira ou simplesmente ficar assistindo.
- BATEU A VERGONHA. Você não quer que outras pessoas vejam você. Procure casas que disponibilizem pequenos espaços em formato de “quartinho”, onde a troca pode rolar de forma mais reservada. Uma das brincadeiras aqui são os chamados “glory holes”, que são aberturas nas paredes onde cabem as mãos e as partes íntimas, mas os corpos não se mostram.
- A TROCA NÃO PRECISA ROLAR. Se você chegou até aqui, já percebeu que a experiência de frequentar uma casa de swing não se resume a troca de casais. Dá para ouvir música, beber uns “bons drinks”, conhecer pessoas novas e praticar aquela espiadinha no sexo alheio. Depois de tudo isso, você e sua companhia estão excitados demais, mas mesmo assim não querem trocar. A opção é o quartinho privado que resolve a história só entre os dois.
- QUANDO E COMO ACONTECE A TROCA? Casa de swing não é bagunça. Não é porque são casais liberais que não existem regras. Assim como um beijo na balada só acontece quando ambos estão a fim, na casa de swing os critérios são os mesmos. Todo mundo tem que topar, ou seja, os quatro (ou mais) envolvidos. Você pode ter gostado da companhia alheia, mas a sua parceira não. Então, esteja de olho nos sinais que quem está com você dá, ou combine sinais para deixar a intenção clara.
- COMO ESCOLHO A CASA? Pesquise bem. Apesar de todos os estabelecimentos serem para casais liberais, muitos são frequentados por faixas etárias diferentes ou são mais ou menos discretos. Também vale indicações de pessoas de confiança. É importante que você esteja à vontade para curtir a noite.
- ESTÃO CERTOS DISSO? Por último, e talvez o mais importante de tudo: Está tudo conversado mesmo? Tem certeza que não está embarcando nessa para satisfazer apenas a vontade do outro? Para se alcançar o prazer total, é essencial que ambos estejam interessados na experiência. “O que é amor e o que é sexo? Na casa de swing, encontra-se prazer, sexo ou pode acontecer algum outro tipo de envolvimento? Após essa conversa, o casal deve criar as regras: ‘O que pode e o que não pode. Até onde podem ir, pode ter envolvimento afetivo, pode trocar telefone?’ Esses tipos de regras, assim como outras que vão surgindo, devem ficar bem claras. Quanto mais o casal conversar sobre os medos, receios, prazeres, intenções, melhor será a decisão”, orienta a terapeuta sexual Enylda Motta….
Pensou que era isso que você queria, mas bateu incomodo, ciúme, dúvida na hora? Sinalize. Um de vocês não está curtindo mais? É hora de ir para casa. A experiência só vai ser plena se os dois estiverem tendo prazer ao mesmo tempo. No mais, é só relaxar e se divertir.
*Pesquisa: McGinley in Bergstrand & Williams – Bergstrand e Sinski
*Fonte de informações : Geiza Martins
* Imagem: Google
ES – 01/09/2022