COMPORTAMENTO E SAÚDE HOT FLOWERS
Antes do discurso sobre gênero, é preciso definir o ser masculino.
Homens e mulheres são seres históricos e desde pequenos aprendem a agir dentro de padrões. Desse modo, os seres humanos são pelo menos em parte, reflexos desse processo de aprendizado e socialização. E isso não reflete um erro, mas os diferentes tipos de educação. O fato é que, nos dias atuais, alguns desses padrões têm dificuldade de sobreviver ou causam consequências negativas no desenvolvimento da convivência social.
Discutir Machismo significa romper com um padrão fixo, limitador e pré-moldado do que é ser homem. É dar liberdade para que as pessoas possam deixar de assumir comportamentos pré-determinados. Exemplo: “Não dizer que um homem é menos homem porque sua parceira ganha mais do que ele; Não julgar a masculinidade de um homem que permite que sua parceira saia sozinha; Não dizer que é conduta de “mulherzinha”, um homem gostar de assistir um filme romântico.”. Sim é bem mais profundo do que isso, mas os pequenos exemplos servem à prática.
Nota-se, portanto, que muitas condutas tidas como tipicamente “femininas” podem ser consideradas em homens naturalmente educados com mais sensibilidade. Um homem sensível que respeita a educação, a gentileza e as mulheres na sua inteireza é menos masculino? Claro que não!
A diferença entre Masculino e Machismo é que toda forma de discriminação às mulheres, que tenha como objetivo inferiorizar, controlar e desqualificar uma pessoa pelo simples fato de ser mulher é Machismo. De tal modo, todo comportamento que tiver a intenção de controlar, menosprezar e discriminar uma mulher ou o “sexo feminino” deve ser questionado e repensado, até porque, ele não está restrito só aos homens. Machismo é um comportamento que também pode vir de uma mulher.
Nesse mesmo contexto, é importante reprovar as condutas tidas como Machistas que discriminam a população LGBTI. Extinguir condutas consideradas Machistas e que sejam discriminatórias ou que reproduzam um padrão preconceituoso e até violento; além de humano, é também oferecer aos homens a oportunidade de se expressarem de forma mais livre e sem preconceitos. Afinal, o comportamento Machista não é bom para ninguém.
ALÉM DA TEORIA
Muitas vezes, falar de masculinidade é falar de uma pressão social intensa que se coloca sobre os homens para que “se comportem como homens”, em qualquer ambiente – do contrário, eles podem ser tratados como inferiores – o que não é verdade. É preciso considerar que todo homem aprende, desde pequeno, que “homem não chora”. Não chora mesmo? E por que não pode chorar? É coisa de “mulherzinha”!…
Hoje em dia, o entendimento que parece pertinente sobre masculinidade é que seja importante conversar sobre o assunto. É preciso perceber como os meninos são obrigados a, desde cedo, negar quem são e esconder seus sentimentos para demonstrar força, ou certa insensibilidade, que não é natural, ou seja, não decorre automaticamente do fato de terem nascido do sexo biológico masculino e sim de sua educação.
Através dos tempos, a imposta necessidade dos homens sempre se colocarem como “machos” não podendo reconhecer as suas fraquezas, acabam por limitá-los. Nesse sentido, muitas vezes, os homens se sentem “menos homens”, não podendo admitir os seus erros e limitações, desde situações mais simples, como não saber trocar um pneu, até situações mais complexas, como o desemprego ou o trato com a família.
As regras estabelecidas por uma sociedade – outrora muito Machista – do que é “ser homem” trazem graves consequências nas relações e, muitas vezes, impõe o rótulo de Machista a homens que não o são. Enquanto ensinarmos aos filhos dando o exemplo da dureza, da indiferença e da falta de emoção, somos e continuaremos a ser menos verdadeiros com a nova realidade que se apresenta. E enquanto seres humanos, menos plenos. Estejamos mais atentos: Másculo sim – Machista jamais.
*Imagem Google
ES – 14/03/2023