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OPINIÃO: Falar de desigualdade social e fome parece sempre muito superficial quando se comparam grandes fortunas individuais as carências sociais. Mas não se deve esquecer que os afortunados têm seus méritos, nem todos conseguiram seus bilhões através de heranças ou corrupção. A grande maioria teve de trabalhar muito em suas ideias e o esforço pessoal nunca deve ser desconsiderado. No entanto, há um grupo limitado de indivíduos afortunados que priorizam o discurso em detrimento da ação de fato. E a ONU enxergou isso.
Durante uma conferência internacional, o diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, David Beasley, afirmou que os mais ricos podem retirar até 45 milhões de pessoas da linha de insegurança alimentar (fome). Em meio a um debate com o magnata Elon Musk, sul-africano descrito como o homem mais rico do mundo, David reforçou seus argumentos.
A princípio Musk entendeu que o oficial sênior da ONU havia dito que com apenas 2% de seus ativos ele poderia acabar com a fome no mundo, pela qual o diretor da Tesla ofereceu o dinheiro, mas com a condição de que eles lhe mostrassem o plano detalhado de como sua contribuição seria gasta.
Para isso, Beasly explicou que esta doação não acabaria com a fome no mundo, mas ajudaria essas 45 milhões de pessoas em risco de literalmente morrer de fome. Além disso, ele compartilhou qual é o plano de seu escritório para tal iniciativa.
“O mundo está em chamas. Venho alertando sobre a tempestade perfeita que se aproxima devido ao COVID-19, conflitos, impactos climáticos e, agora, custos crescentes da cadeia de suprimentos. Está aqui. Há 45 milhões de vidas em jogo e os números aumentam a cada dia. Se as pessoas não se alimentam, alimenta o conflito, a desestabilização e a migração em massa”, disse Beasley em sua conta no Twitter.
“Essa crise de fome é urgente, sem precedente e evitável. Elon Musk, você pediu um plano claro e livros abertos. Aqui está! Estamos prontos para falar com você e qualquer outra pessoa que queira realmente salvar vidas. A demanda é de 6 bilhões de dólares para evitar a fome em 2022″, acrescentou Beasley, compartilhando uma página de seu escritório, onde mostra em detalhes como os recursos seriam usados.
Por exemplo, no texto indicam que 3,5 bilhões de dólares seriam usados ”para alimentação e distribuição, incluindo o custo de frete e transporte para o país, mais armazenamento”, enfatizando cobrir as áreas em conflito.
Outro ponto é que “700 milhões de dólares (iriam) para custos específicos de cada país para desenhar, expandir e administrar a implementação de programas eficientes e eficazes”.
Além disso, o alto funcionário deixou clara a importância da transparência e da responsabilidade no uso desse dinheiro. “Eles são essenciais para nós e nossos doadores. Os estados financeiros, planos operacionais, auditorias e relatórios anuais do Programa Mundial de Alimentos, entre outros, são todos público. Nossos planos estão abertos ”, disse ele.
Não que eu pense que os ricos tenham obrigação de socorrer os mais pobres, mas sim, que grandes afortunados poderiam promover um fundo que, distribuído entre as organizações sociais mundiais de forma transparente e com contra partida séria, pudesse sim erradicar a fome e combater a desigualdade social com o principal: EDUCAÇÃO. Só com educação e formação, o foguete de Musk, que num futuro próximo, deve levar milionários à lua a passeio, terá sucesso, até porque sua empresa de turismo futurista vai precisar de milhares de afortunados que se arrisquem na aventura.
*Argumentos e fatos Redação da Revista Pazes 2021
ES – 17/12/2021