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maio 16, 2024O BOM DE CAMA (Hot Flowers)
maio 21, 2024Dois incidentes de comunicação marcaram a semana no Brasil e contribuíram para a produção de muito deboche nas redes sociais. No primeiro, o presidente Lula comenta a quantidade de “negros” no Rio Grande do Sul, e não satisfeito, compara abrigos do Estado ao paraíso… No segundo comentário, não menos constrangedor, a jornalista da Rede Globo, Elaine Catanhêde, exemplifica e compara a condição de tristeza dos gaúchos que perderam tudo com as enchentes, a ela mesma ter perdido suas joias em 2023. Como justificar tamanho fiasco na comunicação? É PRECISO PENSAR ANTES DE FALAR!
Comunicar-se bem não tem sido uma tarefa fácil para autoridades e celebridades nos últimos tempos. E é explicável quando se observa, por exemplo: O grande número do abandono escolar no Brasil, a baixa produtividade dos alunos, o ensino continuado pregado pelos educadores brasileiros, à falta de interesse das crianças pelos estudos e o baixo nível de conteúdo e conhecimento dos professores. Aplica-se a essas constatações também o avanço descontrolado da internet no dia a dia das pessoas e a dispensa do manuscrito, que serve a aperfeiçoar a linguagem, além é claro, do baixo nível das universidades, entre outros fatores práticos.
Contudo, é esperado das grandes empresas de comunicação que preservem pelo menos o básico da língua portuguesa correta como: O uso perfeito das concordâncias verbais e dos pronomes, a necessidade do “s”, e o comum e correto do (nós – seja – menos… etc…). Além disso, o bom jornalismo deve priorizar a informação pautada na verdade, na ética, nos bons costumes, no respeito e na educação. Antes da publicação, deve-se considerar a pesquisa, a checagem da veracidade dos fatos e a audiência dos envolvidos. Lembrando que todas essas regras já foram básicas e imutáveis de um jornalismo decente e bem aprendido num passado não muito distante.
Entretanto, devemos reconhecer que a internet e as redes sociais deram voz a uma quantidade de pessoas despreparadas para o discurso, mas com opinião formada sobre tudo, e, essa opinião deve ser considerada para o bem da Democracia. Já dizia o poeta: “Posso não concordar com absolutamente nada do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizer”... Isso tudo, num País que saiu do domínio militar a pouco mais de 40 anos, seria uma vitória em meio a uma maioria de pensantes, mas não numa maioria de ignorantes. Ou seja, o ensino brasileiro não acompanhou o direito a liberdade de expressão conquistada em sua Constituição relativamente recente. E, basicamente é o que tem causado muita confusão.
PENSAR ANTES DE FALAR. O problema é que nos últimos 40 anos, os brasileiros não foram ensinados a pensar. E isso, independente da classe social ou do alcance da formação. Na verdade, a forma com que se aplica a formação no Brasil está errada desde a Nova República. Os orientadores e as referências também sempre estiveram equivocados. Moldados por um Brasil, daquela época, sem informação eficiente e alcance mundial, os responsáveis pós-governo militar espelhavam-se nos mais fracos, nas democracias latinas mal estabelecidas por falta de conhecimento globalizado.
Com isso, foram criados padrões de educação que incentivavam a ação sem conhecimento profundo dos pensadores mundiais. A formação excluía, em sua grande maioria, as comparações de ideias e pregava as ideologias contaminadas do proletariado pós-industrialização que, a princípio parecia justo e igualitário sem pensar nas consequências para o País como um todo. Cria-se assim uma história sem lastro, pautada numa percepção apenas de injustiça social, o que até hoje não colabora em nada com o desenvolvimento do Brasil por meio do conhecimento e da meritocracia do seu povo.
Nesse contexto, na década de 80, uma luz no fim do túnel vinha do ensino particular, livre para agregar outros conceitos e novos pensadores à educação brasileira. Cria-se assim, uma divergência de conteúdos providencial e salutar que trouxe curiosidade e participação nas discussões, além de estabelecer uma nova ordem de origem capitalista que trazia um frescor ao ensino brasileiro.
Mesmo assim, com uma maioria matriculada no ensino público, o Brasil foi ficando para trás. Enquanto os países menores se esforçavam em dar educação e conhecimento a mais para criar pensantes que construíssem sonhos, num Brasil grande demais buscava-se apenas sobrevivência sem esforço pensante e acadêmico, onde venceu a lei do mais forte e do mais esperto segundo sua própria experiência pessoal em meio a selva.
Na verdade nenhum governante brasileiro priorizou a Educação como fonte de desenvolvimento. Resultado: 40 anos de atraso misturado a avanços ocasionais, ou seja, sem equilíbrio, sem lastro, o que leva o País a esses altos e baixos constantes.
Culpar a qualidade da educação no Brasil não justifica o tipo de caráter que o País tem tendência a formar. Infelizmente, a injustiça social, a desigualdade, a corrupção vistas de cima para baixo moldam o caráter e determina a formação da grande maioria dos brasileiros. Num País de muitas expectativas, mas poucos movimentos positivos, limpos e favoráveis, as vantagens financeiras acabam por cegar seus operadores e os processos.
Esperar dos políticos e da imprensa uma clareza moral de comunicação que acompanhe os brasileiros e os incentivem a serem bons através do conhecimento, é na verdade um caso perdido à medida que a educação não avança e as novas gerações estão mais preocupadas com a aparência e o conforto do que com o conhecimento e suas conquistas pessoais. E como conseguir a beleza e esse conforto ainda é uma incógnita para os que pensam, mas que têm mais passado do que futuro.
ES – 16/05/2024