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OPINIÃO: O Talibã solicitou a palavra à Comunidade Internacional. Mas, a decisão se o representante poderá falar ou não deve ser tomada pelos nove países que fazem parte do Comitê de Credenciais da Assembleia-Geral: EUA, Rússia, China, Bahamas, Butão, Chile, Namíbia, Serra Leoa e Suécia. Contudo, não há qualquer previsão para que a deliberação sobre o assunto seja feita e a expectativa internacional é de que os fundamentalistas não ganhem o direito de fazer uso do discurso.
POR QUE A POSSÍVEL RECUSA EM OUVIR O TALIBÃ?
Um dos principais motivos é a situação dos afegãos depois que o Talibã tomou o país a força em agosto, o que não tem contribuído para que os insurgentes tenham espaço para falar na ONU, principalmente no que diz respeito a situação das mulheres.
Enquanto os líderes do Talibã dizem à mídia internacional que “não querem que as mulheres sejam vítimas”, uma realidade mais sinistra está se desenrolando no local, segundo denúncia de organizações internacionais ainda presentes no país.
Escolas foram fechadas, as meninas são forçadas a se casar, funcionárias de banco a deixar seus empregos e casas de ativistas são invadidas, em uma mensagem clara de que as liberdades dos últimos 20 anos não vão evoluir, ao contrário, estão chegando ao fim. Isso é o que diz Sanam Naraghi Anderlini, fundadora e CEO da Rede Internacional de Ação da Sociedade Civil (ICAN) e diretora do Centro para Mulheres, Paz e Segurança da London School of Economics.
Anderlini, que lidera a Aliança Feminina para Liderança de Segurança (WASL) da ICAN, disse que há entre as mulheres afegãs uma grande preocupação com o que acontecerá com o tom aparentemente moderado do Talibã assim que o restante da comunidade internacional deixar o país. “Depois que todos os diplomatas forem embora, os jornalistas, as ONGs internacionais, eles vão basicamente fechar as portas… sabe Deus o que vai acontecer”, lamentou.
No último governo do Talibã, as mulheres eram proibidas de trabalhar. Depois que os militantes islâmicos foram tirados do poder em 2001, as mulheres podiam ir à universidade e ao trabalho. No início de 2021, 27% das cadeiras no Parlamento nacional eram ocupadas por mulheres.
Mas enquanto o Talibã e o governo afegão apoiado pelos EUA mantiveram negociações de paz no ano passado, mulheres trabalhadoras foram mortas em uma onda de ataques – incluindo o assassinato de três jornalistas mulheres em março.
A fala do Afeganistão na Assembleia-Geral está prevista para o dia 27 de setembro, mas a agenda do dia ainda não foi atualizada pelas Nações Unidas, o que significa que a comunidade internacional não está disposta a ceder esse espaço. Até o final da assembleia tudo pode acontecer. Se o talibã puder ser questionado depois da fala, por que não ouvi-los? Talvez seja uma forma de cobrá-los de suas ações depois. Penso que afastá-los seja mais ameaçador. Afinal, é mais seguro ter o inimigo ao alcance dos olhos.
ES – 22/09/2121