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fevereiro 3, 2021Mais da metade dos professores se sentem ansiosos e maioria não está confortável com volta às aulas. É o que revela uma pesquisa do Instituto Península, uma organização social fundada em 2010, pela família do empresário Abilio Diniz, que tem como foco a melhoria da qualidade da educação brasileira.
A frustração e o cansaço dos professores que precisaram se adaptar às pressas a tecnologia e enfrentar a falta de estrutura no ensino remoto, é a principal alegação para essa desmotivação em voltar à sala de aula e a encarar a COVID-19.
Há 10 meses, desde que foi adotado o distanciamento social, por conta da pandemia do novo Coronavírus, a realidade e a rotina dos professores mudou muito. As salas de aula deram lugar às residências, o quadro-negro virou computador, tablet ou celular e os professores passaram a se sentir ansiosos e sobrecarregados. Na verdade, poucos deles tiveram formação para encarar a obrigação do novo desafio.
Os números da pesquisa indicam as causas da desmotivação acadêmica: A falta de infraestrutura e conectividade dos estudantes aparece em primeiro lugar com (79%), dificuldade para manter o engajamento dos alunos (64%) e o distanciamento e a perda de vínculo entre estudantes (54%). No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a falta de estrutura tem um impacto ainda maior: 84% dos professores citaram esta como a principal dificuldade de aprendizagem.
“Se na rede privada os desafios são grandes, imagine então para os professores da rede pública? Nós profissionais, por menos capacitação que se tenha, durante a pandemia acabávamos nós virando, mas, e os alunos cuja internet nem chega às residências? Além do que, entre os que têm acesso a tecnologia, poucos já se importavam em estudar, remoto então, ficou bem mais complicado. Na prática, numa sala virtual de 30 alunos, os trabalhos começavam com 15 e terminavam com 02, às vezes nenhum, ou nem terminavam”, conta Amália Souza, professora do Ensino Médio da rede pública Estadual.
Em todos os Estados já começou o retorno escalonado às aulas. No começo será complicado, mas ainda assim é melhor para recompor esse vínculo de alunos e professores com a escola, avalia a ex-ministra da Administração e Reforma do Estado, Claudia Costin. Segundo ela, o retorno às aulas pode aliviar os problemas de infraestrutura do ensino remoto e reorganizar o planejamento.
ADESÃO À UNIFICAÇÃO DOS ANOS LETIVOS DE 2020 E 2021
Como forma de mitigar o prejuízo dos 10 meses de pandemia, alguns Estados brasileiros decidiram unificar os anos letivos do ensino público de 2020 e 2021, considerando-os um único ciclo contínuo, formado por oito bimestres. Além disso, também será realizada a matrícula dos alunos na série subsequente a que está sendo cursada, em regime de progressão continuada.
Pela orientação do CNE – Conselho Nacional de Educação, as escolas públicas devem adotar diferentes estratégias e instrumentos de avaliação, ainda que os estudantes estejam cursando a mesma série/ano. As questões para os alunos são: “Como avaliaram as atividades remotas que realizaram durante a pandemia? Como se sentiram sem frequentar a escola? Como vivenciaram esse período? Enfim, alunos que não são mais os mesmos para uma escola que também não é a mesma”, afirma a Secretaria de Educação de SP, no texto publicado no DOSP – Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Ainda segundo o Conselho Nacional de Educação, em 2021 os estudantes devem ter oportunidade de realizar a recuperação presencial para que o professor possa avalia-lo e reclassificá-lo para o ano letivo, o que poderá ter carga horária maior e mais dias de aulas para cumprir os objetivos de aprendizagem.
APROVAÇÃO AUTOMÁTICA
A rede pública de ensino do País não tem dado provas e nem notas aos alunos que participam das aulas remotas em todo País. “Nem todos poderiam ser avaliados porque nenhum Estado conseguiu dar acesso à educação a distância para 100% dos alunos”, diz o vice-presidente do CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação e secretário de Pernambuco, Fred Amâncio. “A nota não mereceu prioridade neste momento.”
Segundo Amâncio, o consenso é que a rede pública de ensino precisa fazer uma grande avaliação diagnóstica na volta às aulas para entender o que cada aluno conseguiu aprender no período em casa. Dessa forma, o temor de alguns secretários é de que alunos ou professores se esforcem menos na volta às aulas para recuperar o aprendizado se houver uma determinação para não reprovar ninguém. Fora isso, há a lembrança da chamada “aprovação automática”, como ficou conhecido o sistema de progressão continuada que permitia repetência em apenas algumas séries.
Como a progressão continuada foi mal implementada no País, sem preparação dos professores para uma avaliação contínua dos alunos, governadores e prefeitos foram acusados de passar as crianças de ano sem que elas aprendessem. “A discussão sobre reprovação tem que ser feita com calma, há ainda uma lembrança ruim na população da aprovação automática”, diz a secretária de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna.
Fontes: Carta Capital/SINPRO-DF/Estadão
ES – 03/022021