Alguns economistas acreditam que o movimento da direita seguirá fortalecido independente do líder Bolsonaro, mas é inegável que 99% dos cidadãos que compareceram ao evento na Avenida Paulista neste domingo, (25/02), acreditam que o ex-presidente ainda pode voltar à lista dos candidatos e concorrer nas próximas eleições de 2026. Já a “justiça” tenta criar um argumento que leve Bolsonaro pra trás das grades, mesmo que não haja nenhuma denuncia que sustente a ideia de tirá-lo do cenário político.

Já o consórcio de mídia, personalidades e opositores de Bolsonaro vão dizer que só tinha 40 mil pessoas na manifestação do domingo. Mas as imagens mostram que o movimento tomou conta da Paulista – do Paraíso à Consolação -, além das ruas adjacentes, o que apesar dos números da PM que apontem cerca de 800 mil participantes, na visão dos organizadores e analistas, os quarteirões dos Jardins reuniram mais de 01 milhão de pessoas.

No que diz respeito ao ex-presidente Bolsonaro, ele amadureceu e passou a utilizar a maior ferramenta que a direita tem que é mostrar união e controlar o discurso. A multidão de apoiadores – formada principalmente por homens, mulheres e famílias -, chegou cedo ao ato e nem mesmo o forte calor (com a sensação térmica passou de 31ºC) foi capaz de desanimar a multidão organizada e respeitosa, que vestia as cores verde e amarela para demonstrar apoio ao ex-presidente.

Ecoando palavras de ordem cuidadosamente selecionadas para evitar conteúdo considerado “golpista” pelos opositores, os eleitores de Bolsonaro foram gradualmente tomando a Paulista, em meio aos vendedores informais que comercializavam bandeiras de países como Argentina e Israel, além da brasileira com a imagem do líder que convocou para o movimento.

Nem mesmo a recente crise diplomática entre Brasil e Israel passou despercebida. E ao contrário de outros protestos durante o governo Bolsonaro, desta vez não houve cartazes pedindo intervenção militar ou a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Liberdade, Democracia e respeito à Constituição foram à pauta combinada entre o líder e seus apoiadores por meio das redes sociais.

A disciplina e a organização do público ganharam as ruas para ouvir Bolsonaro e seus apoiadores defenderem a Anistia dos presos do movimento de 08 de janeiro. Bolsonaro: “Eu teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação. Passar uma borracha no passado, buscar uma maneira de vivermos em paz, e não continuarmos sobressaltados”… “Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil, agora pedimos a todos os deputados e senadores um projeto de Anistia para que seja feita a Justiça no País. Quem, por ventura, depredou patrimônio público – e isso nós não concordamos -, que pague por isso, mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade.”

O tom subiu durante o discurso do pastor Silas Malafia, que cumpriu o roteiro e foi o responsável por sugerir, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia dos atos de 08 de janeiro, e citar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Durante o seu discurso, Malafaia chegou a citar a morte do baiano Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro do ano passado. Ele foi um dos presos do movimento de 08 de Janeiro, e o pastor culpou Moraes pela morte do empresário. Os apoiadores de Bolsonaro responderam a declaração com gritos de “assassino” em referência a Moraes.

DESTAQUE INDAIATUBA

Liderados pelo pré-candidato às eleições municipais, Danilo Barnabé (PL), os indaiatubanos estiveram presentes na Manifestação do domingo, na Paulista, e seguiram até lá organizados para gritar pela Democracia e a pela Liberdade.

RESULTADOS POSITIVOS ALÉM DA POLÍTICA

Hotéis, restaurantes, comerciantes e ambulantes foram fortemente favorecidos pelo movimento de domingo, sem contar que durante o evento nada foi quebrado e a Paulista esvaziou-se até o início da noite limpa e organizada como se nada tivesse acontecido. A polícia também não precisou agir e todos os cidadãos tiveram a liberdade de transitar com celulares e câmeras fotográficas nas mãos documentando o evento.

*Informações e números – Revista Oeste / Gazeta do Povo

*Imagens Google

ES – 26/02/2024