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Não, não é história de 1964, é de hoje, iniciou na semana passada e ainda toma as ruas esta semana. As manifestações dos cubanos contra o regime atravessam os dias e parece caminhar para uma guerra civil de grandes consequências. O povo não acredita mais nas justificativas de embargos norte americano; e o que a falta de informação dos cubanos os limitavam, agora, os fazem partir para a “guerra”.
A repórter cubana Camila Acosta que passou quatro dias na prisão por cobrir protestos contra o regime, está impedida de sair de casa, vigiada por seis agentes de segurança dia e noite. Camila foi acusada de desordem pública e passou quatro dias no cárcere de uma delegacia em Havana, após os protestos contra o regime que varreram o país no último dia 11. A jornalista de 28 anos é repórter do portal de notícias Cubanet e correspondente do jornal espanhol “ABC”. Além da prisão, Camila foi despejada da casa alugada, por ordem da Segurança do Estado, teve seu equipamento de trabalho — dois telefones e dois notebooks – confiscados e apreendidos, e está na casa de um amigo sem poder pegar suas coisas na antiga moradia.
“A princípio eu estava presa para averiguação, mas no dia seguinte fui acusada de desordem pública e me mantiveram numa cela por quatro dias com interrogatórios diários. Fui solta com uma medida de prisão domiciliar, mas sou vigiada 24 horas, e estou sob extrema tensão. Na verdade, não tem nada a ver com o que eu fiz, eu estava desempenhando meu trabalho de jornalista. Porém, todos os jornalistas que participaram das manifestações foram acusados deste delito e punidos por ele. Para os que pude ver na mesma situação que eu, as penas variam de multa ou privação de liberdade de três meses a um ano”, contou a repórter numa entrevista remota com o Brasil.
Camila contou também que não sofreu tortura física, mas ela foi interrogada duas vezes por dia por mais de uma hora. “A cela era horrível, sem janelas ou luz de sol. A única ventilação vinha de uma porta de ferro. Éramos seis mulheres, um calor insuportável, que atraía mosquitos. Não havia privacidade alguma. Banho ou necessidades ocorriam diante das demais. Entravam e saíam reclusas sem fazer testes para detectar o Novo Coronavírus. Uma tortura psicológica diária. Os interrogatórios eram numa sala com ar-condicionado, em contraste com o calor insuportável da cela. Diziam que minha família não me dava apoio, que o portal Cubanet e o jornal espanhol ABC, onde trabalho, haviam me abandonado, alegando que eu não trabalhava para eles. A manipulação e a chantagem emocional são típicas do aparelho de segurança de Estado para nos intimidar. Agradeço toda a mobilização e toda a cobertura do meu caso, mas admito que fiquei surpresa com a reação do atual governo espanhol, que tem sido muito condescendente com o regime”, afirma Camila.
Uma manifestação desta magnitude só demonstra o declínio do sistema. “A população não está com eles, necessita de mudanças e anseia por liberdade. O regime respondeu com muita repressão, há milhares de pessoas desaparecidas ou detidas, incluindo menores de idade. Não há transparência sobre as prisões, o regime esconde as cifras, difunde o terror e intimida a população para que não volte a sair às ruas”, relatou Camila.
*Gazeta online/ News Bahia
ES – 21/07/2021