Então, Juliana, a moça que caiu no olho do vulcão, acabou perdendo a vida. Algumas coisas a se considerar nessa história e na história do balão… Primeiro: As pessoas andam muito displicentes com a vida. Eu penso que sim, existem motivos para isso. Parece que a existência tem perdido muito do seu sentido pleno. A falta de prazer em viver parece estar se esvaindo. É fácil explicar: Até uns 10 anos, trabalhar, estudar e planejar o futuro oferecia um norte às pessoas, a vida tinha um roteiro, e, para chegar ao final feliz dele a gente tinha de mostrar disposição e esforço. E assim, ao longo do tempo, a vida ia nos vestindo de sentido… O trabalho e a promoção, o estudo e a formação meritosa, o amor e a família… Era uma construção que levava uma vida de grandes esforços e pequenos sacrifícios… E a gente morria velhinho, no mínimo realizado e certo da missão pessoal cumprida… E hoje? Hoje é tudo tão fugaz, que carece de sentido. Tão fácil de alcançar quanto fácil de largar e esquecer – Sim, uma única regra pra todos os sentidos, que aliás, não são muitos. Sim, porque sentir, sentir do fundo do coração leva tempo, um tempo que poucos estão dispostos a gastar… E assim, a vida segue vazia de sentimentos como formação, conquista, alegria, mérito, prêmios, admiração, aplausos sinceros, amizades verdadeiras, grandes amores, atenção… A ponto do ser humanos querer desafiar a natureza e brincar de Deus só para atrair um click e chamar a ATENÇÃO para si. Triste essa vida de flashes onde tudo parece perecívele e sem valor. Triste viver em um mundo que por irresponsabilidade e negligência se morre sem nada ter feito sentido. Triste… Inconcebivelmente triste.